Da esquerda para a direita: Cauê, o pequeno fotógrafo não deve fazer ideia do valor do seu gesto; Ricardo Pedroso expressa o desejo de contemplar a criança e o adolescente com deficiência nas políticas públicas que ajudará a criar; "M" confessa que ao se aproximar, a maioridade traz com ela o pânico e a desesperança para criancas que vivem em abrigos. Fotos e texto de Tina Andrade.
O
ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente está completando 22 anos.
Tempo o bastante para já ter amadurecido; mas a verdade é que em muitos
casos, nem mesmo engatinha.
A ausência de políticas públicas que
coloque não apenas a criança irregular, mas, todas as crianças em
segurança, são um pesadelo para meninos e meninas que são obrigados a
deixar os abrigos ao completar 18 anos (com atraso nos estudos, sem
capacitação para o trabalho, sem ter para aonde ir, sob o risco doloroso
de ser entregue à própria sorte. Mas qual sorte?
Nesta sexta-feira (13), convidado a
participar da Audiência Pública promovida pelo O FMDDCA - Fórum
Municipal de Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente para discutir
os avanços e desafios da Lei que nasceu para garantir os direitos e
deveres dos cidadãos crianças e cidadãos adolescentes, Ricardo Pedroso
uniu-se a integrantes do CMDCA, Conselhos Tutelares, entidades,
sociedade civil e imprensa local - todos sentados à mesma mesa e com os
mesmos interesses de garantir os direitos e qualidade de vida às
crianças e adolescentes - para os quais fora criado.
-
Por que não temos aqui uma criança com deficiência para falar para ela?
Será que na capacitação ela conta com áudio-descrição?
O professor está preparado para acolhê-la? O festival de Inverno está
acontecendo e a criança com deficiência não tem o direito de assistir o
"Menino Maluquinho?". Para ele, está mais do que na hora de enxergar que
existe a diversidade no município.
Ricardo disponibilizou a ajuda técnica do grupo Ação Inclusiva,
lembrando que a deficiência está no meio; e que com informação e
tecnologias assistivas, as pessoas com deficiência tem muito a
contribuir com seu município.
Representando os meninos e meninas que vivem em abrigos, a menina "M"
desabafa: - "Eu vou fazer 18 anos este ano. É muito peso para uma
pessoa só... tenho que pensar no emprego, em onde morar, no futuro.
Tenho sonhos, não vou desistir dos meus sonhos porque não tenho dinheiro
para pagar a falculdade, porque eu vou conseguir!" (TA)