terça-feira, 17 de julho de 2012

na estreia de A PALAVRA É SUA


Na fotografia colorida, Ricardo Pedroso aparece sentado sobre um cubo de couro preto, vestindo camisa social verde-água com listras, sob um paletó preto de risca de giz e calça jeans clara. Ele usa óculos escuros e tem as pernas cruzadas, de modo que o braço direito está apoiado ao llongo da perna direita e a mão esquerda está apoiada no tornozelo, tocando em parte seu pé de calçado preto. Sobre o fundo branco e à direita da imagem, os dizeres:^...nós, pessoas com deficiência, não precisamos de piedade, mas sim, de respeito e oportunidade. Não vamos esperar o resultado das eleições; vamos fazer a diferença agora!"


Nunca houve em Mogi das Cruzes uma eleição municipal como a deste ano de 2012, em que pela primeira vez um candidato concorre a uma cadeira no Poder Legislativo para mostrar que só será possível transformar nossa cidade na MOGI DE TODOS NÓS, se houver (de fato) TODOS nós.

Assim, Ricardo Pedroso vem apresentar mais do que uma proposta de governo, a extensão de seu trabalho de Educação para as Diferenças ao município.

Esta não é a primeira vez que uma pessoa cega se candidata ao cargo de vereador na cidade, mas é a primeira vez que é possível saber que há cerca de 80 mil pessoas com algum tipo de limitação e muitas de suas inquietações na outra ponta.

De Marcelo Silva (2004) para cá, o que muda é a certeza de que esses munícipes estão sendo agraciados com uma comunicação verdadeiramente baseada em acesso e acessibilidades.

Mas quem é Ricardo Pedroso, o que ele pensa, o que tem a dizer e como age diante de tamanho desafio?

Você vai se surpreender ao assistir essa entrevista e concluirá que o fato de não enxergar, não o impede de olhar para o futuro e ver uma sociedade muito mais tolerante, integradora e justa.

Clique nos botões abaixo para OUVIR E LER a entrevista. E lembre-se:

LIGUE, ESCREVA, DEIXE SEU RECADO, PORQUE AQUI  A PALAVRA É SUA.


Roteiro e apresentação: Tina Andrade
Produção: Elias Nunes
Edição: Henrique dos Santos

ouça (play) |   leia


sexta-feira, 13 de julho de 2012

Estatudo da Criança e do Adolescente: engatinhando há 22 anos

Menino fotografa pessoas em torno de uma imensa mesa oval no meio de uma sala reuniões. Pessoas sentadas à mesa olham para um homem cego que fala ao microfone de pé, no canto esquerdo ao fundo da sala de reuniões. Menina que está sendada à mesa de reuniões entre dois meninos, fala gesticulando com as mãos. Atrás dela, algumas pessoas a ouvem sentadas. Os rostos das três crianças foram desfocados para impedir sua identificação.
Da esquerda para a direita: Cauê, o pequeno fotógrafo não deve fazer ideia do valor do seu gesto; Ricardo Pedroso expressa o desejo de contemplar a criança e o adolescente com deficiência nas políticas públicas que ajudará a criar; "M" confessa que ao se aproximar, a maioridade traz com ela o pânico e a desesperança para criancas que vivem em abrigos.  Fotos e texto de Tina Andrade.


O ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente está completando 22 anos. Tempo o bastante para já ter amadurecido; mas a verdade é que em muitos casos, nem mesmo engatinha.
A ausência de políticas públicas que coloque não apenas a criança irregular, mas, todas as crianças em segurança, são um pesadelo para meninos e meninas que são obrigados a deixar os abrigos ao completar 18 anos (com atraso nos estudos, sem capacitação para o trabalho, sem ter para aonde ir, sob o risco doloroso de ser entregue à própria sorte. Mas qual sorte?
Nesta sexta-feira (13), convidado a participar da Audiência Pública promovida pelo O FMDDCA - Fórum Municipal de Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente para discutir os avanços e desafios da Lei que nasceu para garantir os direitos e deveres dos cidadãos crianças e cidadãos adolescentes, Ricardo Pedroso uniu-se a integrantes do CMDCA, Conselhos Tutelares, entidades, sociedade civil e imprensa local - todos sentados à mesma mesa e com os mesmos interesses de garantir os direitos e qualidade de vida às crianças e adolescentes - para os quais fora criado.
- Por que não temos aqui uma criança com deficiência para falar para ela? Será que na capacitação ela conta com áudio-descrição? O professor está preparado para acolhê-la? O festival de Inverno está acontecendo e a criança com deficiência não tem o direito de assistir o "Menino Maluquinho?". Para ele, está mais do que na hora de enxergar que existe a diversidade no município.
Ricardo disponibilizou a ajuda técnica do grupo Ação Inclusiva, lembrando que a deficiência está no meio; e que com informação e tecnologias assistivas, as pessoas com deficiência tem muito a contribuir com seu município. Representando os meninos e meninas que vivem em abrigos, a menina "M" desabafa: - "Eu vou fazer 18 anos este ano. É muito peso para uma pessoa só... tenho que pensar no emprego, em onde morar, no futuro. Tenho sonhos, não vou desistir dos meus sonhos porque não tenho dinheiro para pagar a falculdade, porque eu vou conseguir!" (TA)

quarta-feira, 11 de julho de 2012

11 de julho: Dia Mundial da População

Fotografia colorida mostra centenas de pessoas vistas de costas, apenas dos ombros para cima, aglomeradas de modo que não se vê espaço vazio entre elas. É como um rio de gente seguindo na mesma direção..
Foto: iStock publicada no site Schlesinger Pain Center

Hoje é o Dia Mundial da População. A data foi uma recomendação do Conselho de Administração do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) à comunidade internacional em 1989, para que pudéssemos refletir acerca do binômio Aumento Demográfico versus Tecnologias de Sustentação;  e dá continuidade ao Dia dos 5 Bilhões, celebrado também  a 11 de Julho de 1987, para chamar a atenção das pessoas para a necessidade de encontrar soluções possíveis para estas questões demográficas urgentes (e emergentes), entre elas os programas e planos de desenvolvimento global.
No ano de 2001, a população mundial já chegava à casa dos 6,1 bilhões, o que representou um aumento de 77 mil habitantes/ano. Agora a ONU estima que a população urbana (que já corresponde à metade da humanidade)  atinja a marca de 9 bilhões até 2050.
Se levarmos em conta as estatísticas que indicam que cerca de 25% da população têm algum tipo de deficiência, até lá seremos 2.3 bilhões, sem contar que muitos de nós teremos tido filhos e já estaremos entre os 20% da população com mais de 65 anos.
Atualmente, só na cidade de Mogi das Cruzes, a população com deficiência e mobilidade reduzida é de 80 mil pessoas, ou seja, um número cem vezes maior que Borá - cidade do interior de São Paulo, tida a menor do Brasil - aonde um vereador se elege com 17 votos. Para encerrar esta mensagem, uma citação de Kofi Annan (2004):
...devemos reafirmar o nosso compromisso de repensar totalmente o lugar das pessoas com deficiência na sociedade e prometer redobrar os nossos esforços para que as sociedades sejam verdadeiramente inclusivas.

Tina Andrade
Mestre em Semiótica, Tecnologias de Informação e Educação,
jornalista e agente de comunicação inclusiva.
mensagemparatina@gmail.com






terça-feira, 10 de julho de 2012

"Mogi de todos nós", com todos nós!

Desenho do tipo STICK FIGURE ou "boneco palito". Ele mostra 8 figuras em branco chapado sobre preto, representando da esquerda para a direita: um cadeirante, um homem forte, uma menina pequena, uma jovem mulher, uma pessoa obesa com um grande hamburguer, um velho, um homem muito alto e um jovem tocando guitarra de cabelo espetado
Representação da Diversidade: fonte, "Pedagogiando".
Para falar sobre o processo que envolve uma campanha eleitoral, gosto muito de recorrer à metáfora: imagine que você tem a chance de ir ao shopping escolher um ÚNICO produto para satisfazer uma ou algumas de suas necessidades.
É assim que acontece: uma lista imensa de produtos na cabeça, mas APENAS UMA ESCOLHA.
Qual fazer, então?
Muitas pessoas apresentam dificuldade para fazer suas escolhas, porque não sabem distinguir o que é importante daquilo o que é urgente. E é exatamente o que acontece com alguns eleitores.

NÓS, OS CANDIDATOS, SOMOS OS PRODUTOS EM EXPOSIÇÃO QUE VOCÊ VAI ADQUIRIR COM O OBJETIVO DE SATISFAZER AS NECESSIDADES DO MUNICÍPIO.

Então, a escolha de um de nós, depende do que cada eleitor entende como uma PRIORIDADE, diante de tantas URGÊNCIAS.
Então, quando alguém me pergunta: QUEM É O SEU ELEITOR?
Eu imagino o que eu posso oferecer de CONTEÚDO, porque só a embalagem não garante eficácia.

Quem estiver buscando satisfazer suas necessidades de respeito, dignidade, acesso e igualdade de oportunidades, vai parar para me observar melhor nesta imensa vitrine de candidatos e legendas.

Para isto, vale investigar minha trajetória até aqui. Sou um produto da verdadeira ciência política, pois cada trabalho realizado é um ingrediente para as políticas públicas tão necessárias para fazer de nossa cidade um lugar melhor e mais acessível em diversos aspectos.

Quando eu digo que NÃO POSSO CRIAR A IMAGEM DE UMA "MOGI DE TODOS NÓS, SEM NÓS", estou parafraseando o tema fixado no dia 3 de dezembro de 2004 sobre o internacionalmente consagrado Nothing About Us Without Us traduzido para "Nada Sobre Nós Sem Nós". Um de nossos maiores ativistas, o professor Romeu Sassaki, analisa esse tema:
NADA quer dizer "Nenhum resultado": lei, política pública, programa, serviço, projeto, campanha, financiamento, edificação, aparelho, equipamento, utensílio, sistema, estratégia, benefício etc. Cada um destes resultados se localiza em um dos (ou mais de um dos ou todos os) campos de atividade como, por exemplo, educação, trabalho, saúde, reabilitação, transporte, lazer, recreação, esportes, turismo, cultura, artes, religião.
SOBRE NÓS, ou seja, "a respeito das pessoas com deficiência". Estas pessoas são de qualquer etnia, raça, gênero, idade, nacionalidade, naturalidade etc., e a deficiência pode ser física, intelectual, visual, auditiva, psicossocial ou múltipla. Segue-se uma vírgula (com função de elipse, uma figura de linguagem que substitui uma locução verbal) que, neste caso, substitui a expressão "haverá de ser gerado".
SEM NÓS, ou seja, "sem a plena participação das próprias pessoas com deficiência". Esta participação, individual ou coletiva, mediante qualquer meio de comunicação, deverá ocorrer em todas as etapas do processo de geração dos resultados acima referidos. As principais etapas são: a elaboração, o refinamento, o acabamento, a implementação, o monitoramento, a avaliação e o contínuo aperfeiçoamento.
Juntando as palavras grifadas, temos: "Nenhum resultado a respeito das pessoas com deficiência haverá de ser gerado sem a plena participação das próprias pessoas com deficiência" (SASSAKI, 2011).

Agora, vamos traçar um paralelo com as propostas de melhoramento para a nossa cidade - que é o mínimo que se espera a cada nova gestão.
Antes de ser uma pessoa com deficiência, sou um cidadão que também sente na pele o que é estar à margem. Por esta razão este "nós" não é formado apenas pela pessoa com deficiência como eu, mas por todos aqueles que em algum momento de suas vidas sentiu-se em desvantagem na sua relação com o meio: mulheres, grávidas, crianças, idosos, afro-descendentes, homoafetivos, obesos, quem cumpre pena, analfabetos, desempregados ou que buscam sua primeira oportunidade de emprego, entre outros e, quem sabe, você que está diante destas palavras.

Meus eleitores são todos os que desejam a "MOGI DE TODOS NÓS, COM TODOS NÓS'.

Ricardo Pedroso
Palestrante de "Convivendo com as diferenças"
ricardopedroso.pmdb15077@gmail.com

Ajuda técnica/comunicação ampliada:
Tina Andrade - jornalista inclusiva
Contato: (11) 8431-2010

sábado, 7 de julho de 2012

Carta ao eleitor

Agora está oficializada a minha candidatura ao cargo de vereador pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro - PMDB, sob número 15.077.

Muitos conhecem minha trajetória até aqui e sabem o quanto pude contribuir para o melhoramento da qualidade de vida das pessoas com deficiência desde que me tornei uma delas.

Sou muito feliz por todo apoio que recebi de pessoas que estão até hoje unidas a mim pelo engajamento e espírito.

E para retribuir tamanha dedicação, aceitei ampliar minha missão ainda mais, porque preciso do poder que o cargo confere, para transformar toda esta experiência e ações em políticas públicas e em uma nova realidade: com mais dignidade, pelo regate de valores já quase esquecidos.

Para isto é que vou levar conhecimentos e práticas originados no conceito de EDUCAÇÃO PARA AS DIFERENÇAS pois, como tenho dito, não consigo formar a imagem da "MOGI DE TODOS NÓS", SEM NÓS.

Estou consciente do imenso desafio que temos pela frente. Tanto que se eu puder despertar em nossa sociedade o verdadeiro sentido da tolerância social, todos venceremos juntos!
Conheça minhas principais propostas e contribua com ideias e opiniões, pois eu quero ser o eu representante no Poder Legislativo.


Muito obrigado por este primeiro e mais importante voto: DE CONFIANÇA.
Que Deus nos abençõe com sua sabedoria!